quarta-feira, 2 de junho de 2010

Agrotóxicos

gronegócio brasileiro: Uma estratégia auto-destrutiva, artigo de Sérgio Abranches

Soja no  Cerrado. Foto da AE
Soja no Cerrado. Foto da AE

[Ecopolítica] Agronegócio brasileiro adota as piores práticas sócio-ambientais. Despreza a tendência do mercado global de adotar práticas de sustentabilidade em toda a cadeia de suprimentos. Um projeto economicamente suicida. O Brasil é o maior importador de agrotóxicos banidos no EUA e na União Européia, por razões sanitárias. Esses produtos, muito tóxicos, são muito nocivos à saúde humana e ao ambiente, especialmente à água.

Em matéria, no último domingo, para o Estado de São Paulo, Lígia Formenti conta que aumenta a importação de produtos proibidos nos países desenvolvidos, como o endossulfam, associado a problemas endócrinos. “Dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que o País importou 1,84 mil tonelada do produto em 2008. Ano passado, saltou para 2,37 mil toneladas”.

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junho 1, 2010

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Nota à imprensa: Anvisa esclarece declarações da indústria de agrotóxico

admin

Com relação às declarações efetuadas por representante das indústrias de agrotóxicos em matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo do último domingo (30), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclarece que:

1. O procedimento de reavaliação toxicológica de ingredientes ativos está previsto na legislação de agrotóxicos. De acordo com a Lei 7802 /1989 e o Decreto 4074/2002, um produto deve ser reavaliado sempre que houver qualquer alerta nacional e/ou internacional sobre perigo para a saúde humana;

2. Conforme veiculado pelo Estado de São Paulo , a quase totalidade dos produtos em reavaliação está proibida em outros países ou é objeto de banimento ou controle de mercado em convenções internacionais das quais o Brasil é signatário;

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EUA: Uso quase generalizado do herbicida Roundup levou ao rápido crescimento de ’superervas’ resistentes

Amplo uso de pesticidas leva ao surgimento de "superervas" resistentes - Pragas tenazes obrigam agricultores a retomar o arado

DYERSBURG, Tennessee – Assim como o uso intensivo de antibióticos contribuiu para a ascensão de supergermes resistentes a medicamentos, o uso quase generalizado pelos agricultores americanos do herbicida Roundup levou ao rápido crescimento de novas e tenazes superervas.

O mato resistente ao Roundup também é encontrado em outros países, como Brasil, Austrália e China, segundo pesquisas.

Para combatê-lo, os agricultores são obrigados a borrifar os campos com herbicidas mais tóxicos, arrancar o mato manualmente e voltar a métodos mais trabalhosos, como a aração comum. Por William Neuman e Andrew Pollack, do New York Times, na Folha de S.Paulo.

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maio 31, 2010

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Campeão mundial de uso de agrotóxicos, Brasil se torna o principal destino de produtos banidos no exterior

aplicação de agrotóxicos
Foto: iStockphoto

Campeão mundial de uso de agrotóxicos, o Brasil se tornou nos últimos anos o principal destino de produtos banidos em outros países. Nas lavouras brasileiras são usados pelo menos dez produtos proscritos na União Europeia (UE), Estados Unidos e um deles até no Paraguai.

A informação é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com base em dados das Nações Unidas (ONU) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Apesar de prevista na legislação, o governo não leva adiante com rapidez a reavaliação desses produtos, etapa indispensável para restringir o uso ou retirá-los do mercado. Desde que, em 2000, foi criado na Anvisa o sistema de avaliação, quatro substâncias foram banidas. Em 2008, nova lista de reavaliação foi feita, mas, por divergências no governo, pressões políticas e ações na Justiça, pouco se avançou. Reportagem de Lígia Formenti, no O Estado de S.Paulo.

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maio 31, 2010

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Indústria de agrotóxicos ignora regras sanitárias

veneno

Falhas vão do uso de matéria-prima vencida à adulteração da fórmula registrada no País

Além de importar produtos banidos em outros países, o Brasil abriga fábricas de agrotóxicos que apresentam um histórico de falhas na aplicação de regras sanitárias. Seis das sete indústrias vistoriadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre julho de 2009 e maio deste ano, tiveram a linha de produção interditada e o material apreendido por irregularidades. Os problemas vão do uso de matéria-prima vencida a indícios de adulteração da fórmula registrada no País.

“Encontramos até adição de essências aromáticas”, conta o diretor da Anvisa, José Agenor Álvares. A tática é usada para camuflar o cheiro de veneno e, assim, tornar o produto mais tolerável para o agricultor e para a população que vive no entorno das fábricas. “Além de ser inusitada, a prática traz um risco a mais. Cheiro forte é uma forma de alerta sobre o tipo de produto que se está lidando”, completa. Reportagem de Lígia Formeti, no O Estado de S.Paulo.

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maio 27, 2010

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Tese analisa legislação de potabilidade de água e agrotóxicos

Maria de  Lourdes: A revisão e atualização dos parâmetros agrotóxicos  constituem-se como parte de um processo maior, que contempla a  legislação de potabilidade de água em toda sua amplitude
Maria de Lourdes: A revisão e atualização dos parâmetros agrotóxicos constituem-se como parte de um processo maior, que contempla a legislação de potabilidade de água em toda sua amplitude

Em sua tese de doutorado Análise dos parâmetros agrotóxicos da Norma Brasileira de Potabilidade de Água: uma abordagem de avaliação de risco, Maria de Lourdes Fernandes Neto analisa a água consumida pelas populações como uma importante forma de exposição à substância agrotóxica. O trabalho, defendido na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) busca analisar a consistência do atual padrão de potabilidade brasileiro referente aos agrotóxicos. Em entrevista ao Informe Ensp, Maria de Lourdes fala dos índices mínimos de contaminação, dos prejuízos que o consumo da água contaminada pode trazer para a população e dos itens que uma nova regulamentação sobre o padrão de potabilidade de água deve contemplar.

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Pesticidas: um mal necessário? artigo de Jean Remy Davée Guimarães

Pesticidas: um mal necessário?
Foto: iStockphoto

[CH On-line] Até pouco tempo atrás, geologicamente falando, os humanos eram caçadores-coletores. Deslocavam-se em busca de alimento, efetuando longas migrações e enfrentando períodos de escassez. Era certamente penoso, mas era sustentável. Há cerca de 10.000 anos, porém, inventamos a agricultura e, com isso, nos sedentarizamos. Passamos o produzir mais comida do que o estritamente necessário e, com esse novo poder, criamos impérios.

A agricultura se originou no chamado Crescente Fértil, uma área no atual Oriente Médio em forma de lua crescente, como o nome sugere. Eram os jardins do Éden, com fontes murmurantes, frescos bosques, pássaros mil, como conta a lenda. Lenda? Não, a região era mesmo algo bem parecido com isso, um bom lugar para se viver.

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maio 26, 2010


Congresso em Campinas (SP) discute uso e efeitos dos agrotóxicos

Gratuita e aberta ao público, atividade debaterá riscos socioambientais, proteção do trabalhador do campo, legislação aplicada, entre outros temas. Inscrições para as 100 vagas disponíveis seguem até 21 de junho.

Como o Ministério Público do Trabalho (MPT) deve atuar para combater o uso indevido de agrotóxicos e proteger a saúde das pessoas que trabalham nas lavouras? Essa e outras perguntas serão discutidas durante o Congresso “A questão da utilização dos agrotóxicos no campo e os efeitos nos trabalhadores”, que acontecerá em 24 de junho na cidade de Campinas (SP). Gratuita e aberta ao público, a atividade oferece 100 vagas, com inscrições abertas até as 12h do dia 21 de junho.

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Agrotóxico é problema de saúde pública. Entrevista com Wanderlei Antonio Pignati

veneno

O Brasil bateu recorde no consumo de agrotóxicos no ano passado. Mais de um bilhão de litros de venenos foram jogados nas lavouras, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola. O país ocupa o primeiro lugar na lista de países consumidores desses produtos químicos.

Com a aplicação exagerada nas lavouras no Brasil, o uso de agrotóxicos está deixando de ser uma questão relacionada especificamente à produção agrícola e se transforma em um problema de saúde pública.

“Os impactos negativos são no trabalhador, que aplica diretamente, na sua família, que mora dentro das plantações de soja, na periferia da cidade, porque a pulverização é quase em cima das casas. Tem também o impacto no ambiente, com a contaminação por agrotóxicos das águas”, afirma o médico e professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Wanderlei Antonio Pignati, em entrevista exclusiva à Página do MST.

O pesquisador da Fiocruz, doutor em saúde e ambiente fez estudos sobre os impactos dos agrotóxicos no Mato Grosso, que demonstram que nas regiões com maior utilização de agrotóxicos é maior a incidência de problemas de saúde agudos e crônicos.

Por exemplo, intoxicações agudas e crônicas, má formação fetal de mulheres gestantes, neoplasia, distúrbios endócrinos, neurológicos, cardíacos, pulmonares e respiratórias, além de doenças subcrônicas, de tipo neurológico e psiquiátricos, como depressão.

Abaixo, leia a entrevista com o professor Wanderlei Antonio Pignati.
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Jornada de Agroecologia: Encontro no Paraná propõe produção de alimentos sem agrotóxicos

9ª Jornada de Agroecologia, no município de Francisco Beltrão, PR

Depois de anos sem realizar marcha de abertura, seja pelo tempo chuvoso ou por ameaças de repressão, a Jornada de Agroecologia deste ano levou milhares de militantes às ruas de Francisco Beltrão.

“A marcha é uma forma de se apresentar para a sociedade como um todo. Se ficamos isolados não expressamos nosso pensamento”, aponta Avelino Callegari, secretário da Assessoar (Associação de Estudo, Orientação e Assistência Rural), entidade que atua em 18 municípios do sudoeste do Paraná.

Atualmente, Francisco Beltrão é um território de expressão do agronegócio, na produção de carne e frango, por meio do conhecido sistema de “integração”. As empresas têm um sistema de contrato da família camponesa, subordinada a este processo de exploração da renda da terra, como explica José Maria Tardin, da coordenação da Jornada. Neste contexto, famílias assinam contratos diretamente com grandes corporações. Por Michele Torinelli e Pedro Carrano, de Francisco Beltrão, no Paraná.

Especialista alerta para aumento do uso de agrotóxicos no país

O uso de agrotóxicos aumentou consideravelmente nos últimos anos no Brasil, em cujas lavouras são usados indiscriminadamente produtos proibidos em outros países. O alerta é da gerente de Normatização e Avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Letícia Silva, que fez palestra ontem (20) na 9ª Jornada de Agroecologia, no município de Francisco Beltrão.

De acordo com Letícia, só no ano passado, o consumo foi de 790 mil toneladas de ingredientes ativos, avaliados em US$ 6.8 bilhões, de produtos que, formulados, podem ser multiplicados infinitamente. “Isso é muito grave”, afirmou Letícia, adiantando que diversos produtos químicos usados nas lavouras e proibidos em outros países estão passando por reavaliação para verificar a possibilidade de comercialização.


maio 20, 2010

Estudo indica que herbicida atrazine afeta a reprodução de peixes

Concentrações de atrazina. Fonte USGS
Concentrações de atrazina. Fonte USGS

[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] A atrazina, um dos herbicidas mais utilizados no mundo, afeta a reprodução de peixes, segundo um novo estudo do E.U. Geological Survey (USGS).

As concentrações de atrazina, comumente encontradas em riachos e rios das regiões agrícolas, provocaram redução de reprodução e desova, bem como anomalias do tecido dopeixes, em estudos de laboratório“, disse o cientista Donald Tillitt, do USGS, o principal autor do estudo [Atrazine Reduces Reproduction in Fathead Minnow] publicado na revista Aquatic Toxicology.



Chapada do Apodi, CE: Uso indiscriminado de agrotóxicos em debate

admin

Na  Chapada do Apodi, o cultivo de frutas utiliza agrotóxicos causando  contaminação no solo, água e pessoas
Na Chapada do Apodi, o cultivo de frutas utiliza agrotóxicos causando contaminação no solo, água e pessoas

Estão na ordem do dia as discussões sobre o uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos e seus impactos

Discussões e mais polêmicas à parte, a semana segue decisiva na discussão sobre estratégias no combate ao uso indiscriminado de agrotóxicos. Acontece amanhã, na Assembleia Legislativa do Estado, audiência pública para discutir o impacto dos agrotóxicos no Ceará, Estado considerado atrasado nas discussões sobre o tema e que, também, não tem infraestrutura para analisar os principais alimentos que consome. A Rede Nacional dos Advogados Populares (Renap) encaminhará pedido para revisão da Lei Estadual de Agrotóxicos, sugestão também elaborada pelo Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam).

Movimentos sociais recolhem assinaturas de populares contrários à pulverização aérea com veneno em Limoeiro do Norte. Apesar das evidências de contaminação por agrotóxicos ao meio ambiente e à saúde humana em relatórios de algumas das principais instituições de pesquisa do Ceará, do Brasil e do Exterior, vereadores de Limoeiro questionam a legitimidade dos dados e se articulam para que a lei que proíbe a pulverização seja derrubada. Reportagem de Melquíades Júnior, no Diário do Nordeste.



Exposição a agrotóxicos organofosforados pode contribuir para o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

aplicação de agrotóxicos

[Por Henrique Cortez, do Ecodebate] Uma equipe de cientistas da Universidade de Montreal e da Universidade de Harvard descobriram que a exposição a agrotóxicos organofosforados está associada ao aumento do risco de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em crianças.

Publicado na revista Pediatrics, a pesquisa [Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder and Urinary Metabolites of Organophosphate Pesticides] descobriu uma ligação entre a exposição a pesticidas e a presença de sintomas de TDAH. O estudo foi realizado com 1139 crianças, de acordo com uma amostra da da população geral dos EUA, e mediu os níveis de pesticidas em sua urina. Os autores concluiram que a exposição a pesticidas organofosforados, em níveis comumente encontrados em crianças nos EUA, pode contribuir para o diagnóstico de TDAH.



CE: Água da Chapada do Apodi está poluída com agrotóxicos

Protesto e indignação: durante todo o dia de ontem, agricultores da  Chapada do Apodi alertaram para o uso indiscriminado de agrotóxicos e  os riscos para as comunidades . Foto de Melquíades Júnior
Protesto e indignação: durante todo o dia de ontem, agricultores da Chapada do Apodi alertaram para o uso indiscriminado de agrotóxicos e os riscos para as comunidades . Foto de Melquíades Júnior

Audiência pública, promovida pela Câmara de Limoeiro, discutiu o impacto do agrotóxico nas comunidades

Limoeiro do Norte – Em mais de dois anos de pesquisa, a Universidade Federal do Ceará e outras instituições foram categóricos em concluir: as comunidades da Chapada do Apodi estão bebendo água envenenada com resíduos dos agrotóxicos usados na lavoura. De 46 amostras do líquido para abastecimento humano, em todas foram encontrados princípios ativos que compõem diversos agrotóxicos, alguns com uso no País sendo reavaliados.

A informação foi divulgada durante a apresentação da professora Raquel Rigotto, do Departamento de Saúde Comunitária da UFC, e que lidera o núcleo de Trabalho, Meio Ambiente e Saúde para a Sustentabilidade (Tramas) da universidade, ontem, na audiência pública realizada em Limoeiro do Norte. Reportagem de Melquíades Júnior, no Diário do Nordeste.


O glifosato e a criação de superervas daninhas. Entrevista especial com Dionízio Grazziero

Trinta anos depois da introdução da transgenia, a agricultura sofre com um monstro criado pela prática. O Roundup, herbicida já antigo, mas poderoso, utilizado em plantações de soja transgênica, está transformando as ervas daninhas que deveria eliminar em verdadeiras superervas, resistentes aos inseticidas disponíveis no mercado. Porém, de acordo com o engenheiro-agrônomo e pesquisador da Embrapa, Dionízio Grazziero, o glifosato, apesar de ser molécula remota, na relação com outros produtos, tem características modernas para atender questões importantes ligadas ao ambiente e à saúde. “Acho que todo o produto usado inadequadamente, mesmo sal de cozinha ou aspirina, pode criar um problema colateral. O que apareceu, depois que surgiu a soja modificada geneticamente, foram muitos questionamentos a respeito do produto, principalmente ideológicos. Na verdade, isso não tem nada a ver, pois temos que nos basear nas questões técnicas e científicas, não na ideologia”, diz.

Em entrevista, por telefone, à IHU On-Line, Grazziero destaca que, apesar da discussão girar em torno do uso dos agrotóxicos nas culturas transgênicas nos Estados Unidos, precisamos refletir sobre a posição do Brasil, que, segundo o pesquisador, tem uma cultura e um nível de informação muito desenvolvidos. “Já tive a oportunidade de estar nos Estados Unidos e acho que temos uma agricultura mais complexa. Nossa pesquisa e boa parte dos agricultores que hoje estão se dando bem adotam sistemas de produção que levam em conta rotação de culturas, de produtos, e toda essa gama de informações que a pesquisa agropecuária brasileira tem e que fornece ao agricultor. Ganhamos em um comparativo com a agricultura nos EUA”, frisa.

Dionízio Grazziero possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Paraná, mestrado em Fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutorado em Agronomia pela Universidade Estadual de Londrina (2003). Atualmente, é Pesquisador II da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA SOJA).


Chapada do Apodi, CE: Pesquisa relaciona casos de câncer com agrotóxicos

Poluindo diretamente o solo e o lençol freático, máquina despeja  restos de agrotóxico na Chapada do Apodi, zona rural de Limoeiro do  Norte. Foto de MELQUÍADES JÚNIOR
Poluindo diretamente o solo e o lençol freático, máquina despeja restos de agrotóxico na Chapada do Apodi, zona rural de Limoeiro do Norte. Foto de MELQUÍADES JÚNIOR

Cerca de 68% das pessoas que aplicam agrotóxico em plantios na Chapada do Apodi desconhecem o produto

Limoeiro do Norte. Foram 42 as mortes causadas por câncer neste Município, a maioria entre agricultores, somente no ano passado. O número é considerado alto demais para um município com pouco mais de 50 mil habitantes. O registro não difere muito dos outros anos na mesma cidade. Porque ainda não se pode dizer “com toda clareza”, especialistas evitam ser categóricos sobre relação de efeito e causa entre o uso indiscriminado de agrotóxicos na Chapada do Apodi e os óbitos por neoplasia (câncer).

Mesmo assim, mais de dois anos de levantamento científico da Universidade Federal do Ceará (UFC) na região leva a médica e professora Raquel Rigotto, que lidera o grupo de pesquisa, a dizer que “a relação entre câncer e agrotóxicos está muito estabelecida, com diversos ativos e contaminantes, e não só câncer”, explica a pesquisadora, que participa hoje de audiência pública em Limoeiro do Norte sobre o impacto da pulverização aérea dos aditivos químicos nas lavouras cultivadas na Chapada do Apodi. Reportagem de Melquíades Júnior, no Diário do Nordeste.




Limoeiro do Norte, CE: Audiência debate agrotóxico e Caderno Conflitos no Campo 2009

Tanque que abastece famílias de comunidades na Chapada do Apodi, em  Limoeiro, prejudicado pelo veneno. Foto de MELQUÍADES JÚNIOR
Tanque que abastece famílias de comunidades na Chapada do Apodi, em Limoeiro, prejudicado pelo veneno. Foto de MELQUÍADES JÚNIOR

Antes da audiência, no auditório da Fafidam, será lançado o Caderno Conflitos no Campo 2009

Uma grande movimentação acontece hoje, neste município, para acompanhar a audiência pública que discutirá a pulverização aérea nas lavouras de fruticultura da Chapada do Apodi, logo mais às 15 horas, mas “um grito por justiça social e ambiental” dá o tema de manifestação que começa logo no início da manhã, com caravana de militantes sociais e trabalhadores rurais em caminhada na comunidade de Tomé, onde morava o líder comunitário José Maria Filho.

Após um café da manhã coletivo, será realizado o ato “Não estamos sós”, com monumento de celebração ao Zé Maria e à luta contra os agrotóxicos, com plantio de árvores e caminhada até o local onde o líder foi assassinado. A caravana se dirigirá até o Centro de Limoeiro do Norte e, antes da audiência realizada pela Câmara Municipal no auditório da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (Fafidam), será lançado o Caderno Conflitos no Campo 2009, pela Comissão Pastoral da Terra. Reportagem no Diário do Nordeste.


Anvisa autua Monsanto por omissão de informações relacionadas ao processo de produção do agrotóxico Glifosato

Glifosato

A empresa norte-americana Monsanto foi autuada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por omissão de informações. Durante fiscalização realizada na fábrica da empresa, em São José dos Campos (SP), na última semana, a Anvisa constatou que a Monsanto omitiu informações relacionadas ao processo de produção do agrotóxico Glifosato Técnico Monsanto.

Mesmo quando essas informações foram solicitadas à empresa, no ano de 2007, a Monsanto não apresentou o detalhamento do processo de formulação do produto. “O objetivo de conhecer o detalhamento do processo de síntese do Glifosato Técnico tinha a finalidade de definir o produto como sendo de referência para a concessão de registros por equivalência de outros agrotóxicos com o mesmo ingrediente ativo”, explica o diretor da Anvisa José Agenor Álvares.




CE: Água em áreas da Chapada do Apodi está contaminada com agrotóxicos

Na Chapada do Apodi, a fruticultura é a produção principal

Os agrotóxicos identificados nas águas apresentam solubilidade de moderada a alta e mobilidade moderada quanto à capacidade de retenção no solo, significando que podem ser detectados em águas subterrâneas. A conclusão consta de uma análise feita pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) na Chapada do Apodi, região leste do Estado, onde se concentram as maiores áreas irrigadas com água subterrâneas do Ceará.

O estudo, financiado pelo Banco Mundial, constatou a presença de calcário na água que também é salobra, sendo portanto imprópria para o consumo humano. “Segundo a população local (os que vivem em sítios e distritos) o alto índice de calcário tem causado muitos problemas renais“, de acordo com o relatório. Reportagem de Rita Célia Faheina, em O Povo, CE.


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